Pero Vaz de Caminha tinha a preocupação de  transmitir o máximo possível de dados sobre o que acontecia e do que o  escrivão via, ouvia e sentia.
O escrivão português  foi discreto e cuidadoso quando elaborou seu texto de diferenças, incluindo  pessoas, animais, plantas, relevo, vegetação, clima, solo, produtos  da terra, etc. 
A Carta de Caminha trata-se de uma carta narrativa, na qual são descritos a  geografia, a fauna, a flora do Brasil, a aparência e a psicologia dos  nativos, os métodos, reações mútuas, obviamente a partir de uma perspetiva que  estuda a nova terra e a população com o objetivo de conseguir algum  proveito.
 
O texto do escrivão foi muito mais do que até ele mesmo esperava. Juntando o que viu às categorias que construiu,  Caminha completou o ciclo: propôs ao rei, no final de seu texto, caminhos  concretos para o aproveitamento do território e das pessoas que o habitavam, a saber: o  desenvolvimento da agricultura e a cristianização dos índios, ele tbm se preocupou em traduzir gestos, a caracterização corporal, a sua alimentação e abrigo, enfim, o seu modo de existir, demonstra o valor dessa carta narrativa como documento e obra literária. O escrivão viu o  diferente, apreendeu-o segundo a sua própria mentalidade, sendo  capaz de dar o terceiro passo: sugerir ao monarca os caminhos do futuro, que  eram os caminhos da diferença entre visitantes e habitantes. 
A carta de Caminha caracteriza-se pela descrição da tipicidade humana do indígena 
A carta que o escrivão Pero Vaz de Caminha  escreveu ao rei d. Manuel é considerada o primeiro documento da nossa  história, e também como o primeiro texto literário do Brasil. A Carta de Caminha é o relato mais rico e confiável da primeira semana após o  Descobrimento, além de que é um documento fundamental para a compreensão do Renascimento português e também da História do mundo. 

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